A mente é poderosa e boicota internamente nosso fluxo natural, cria resistências, pouco de nossa profunda consciência pode ser acessada quando estamos ainda nos equilibrando em meio a um turbilhão que nos atordoa, realmente precisamos respeitar nossos limites, mas muitas são as crenças que nos impedem de expandir nosso potencial criativo e curativo. Deus, em seu infinito amor oportuniza inúmeras possibilidades, porém quando a cura de pensamentos e emoções é ainda prioritário, quando ainda estamos no processo de cura para expandir nosso ser amoroso, sim, pois quanto mais curados, mais temos potencial amoroso e criativo; nada é por acaso, a vida flui em seguimentos de orientação, breves estudos e renovação. Mas e quando isso não acontece? Quando travamos diante de algo simples como a raiva, revolta com desejos não compreendidos, fraqueza e impotência, desespero?
Sabemos que pelas leis da necessidade ou penamos em meio a vivencias com experiências difíceis para nos sinalizar ou caminhamos na dor com doenças do físico e do espirito que nos levarão aos nossos limites, ate que finalmente exaustos possamos para nosso interior olhar e perceber que algo muito importante, essencial nos falta: a capacidade de aprender e evoluir despertando dessa dor para o amor. Porem fica a dúvida: que roteiro é esse? Que caminho é esse? Onde e quando esse caminho é traçado? Quem ou o que define o que realmente é importante? Que orientações são essas? De onde afinal surge essa programação? Porque caminhamos pela vida desorientados feito robôs, sem rumo, sem rima, sem sequer um único projeto real com uma proposta mais consciente de nos curarmos? Somos apenas sobreviventes, somos acostumados a pedir ajuda pra tudo, pra todos, mas quando essa ajuda chega nos acomodamos e quando não chega nos revoltamos. Que equação é essa, que busca desenfreada, que nos leva a lamentar por tudo sempre, a não perceber a magia da vida inclusive na dor,nos lamentos nos desafios, nos acontecimentos de todo dia, somente esquecimento da verdadeira vida: nossa vida interior. Quando falamos em espiritualidade, muitos logo se remetem a fantasmas e espíritos, chega dessas falsas verdades, basta de tanto fechar os olhos, ao redor não esta a resposta, nem no céu esta a realidade, é aqui e no amor que encontraremos a luz, sabedoria eterna dessa humanidade adoentada.
Vencendo o medo, primeira etapa da jornada, pois o medo e o amor não podem ocupar o mesmo espaço, quem ama confia, quem confia segue seu caminho, se esta freada/o pelo medo, algo certamente lhe falta, no mínimo humildade para perceber-se e captar em sua vida sinais da cura que ainda aguarda. Olhar-se, sentir seu medo ocupando a casa, que cara, que som ele tem, como se manifesta no seu físico, que lembranças te traz, que cores predominam em sua vida por causa dele, o que te leva a crer que este medo é real, o que te leva a crer que não é, que avisos são esses, de onde e para onde te levam? Que busca insana que te faz perder anos, alegrias, momentos, vidas consecutivas em apenas esquecer e desviar, nunca olha inteira/o para essa verdade que pode nem ser sua, já parou pra pensar que pode ser emprestada de alguém com quem divide planos? Pois é, acordar significa mais do que levantar de manhã, acordar significa ter atenção a pequenos detalhes que demonstram sua condição, acolher, abraçar seu ser, fortalecer sua base, entender e envolver suas resistências com paciência e confiança, como superar se vc nega que é forte, que pode e deve finalmente acreditar em si, começar com algo muito simples como dizer a si mesmo que hj é seu melhor dia, se tem orgulho dessa oportunidade, se conhece seu valor de verdade, levante e faça por hj o melhor que puder, para quando deitar a noite o faça de corpo e alma satisfeitos, refeito consigo por ter finalmente recomeçado a caminhar.
Olhando hoje para minha vida aqui, minha experiência enquanto Ângela, teria tanto a dizer, teria tanto a testemunhar, tantas noites mal dormidas em meio a lagrimas por tantas razões diferentes, hora isso, hora aquilo, dramas de uma vida sigilosa e inquieta que ao passar dos anos foi adoecendo meu corpo, mas o que mais me preocupava era que o mal era interno, e caminhava para uma estagnação crônica se nada fizesse para virar esse jogo. Não é de um dia para outro, claro que não, não é uma frase ou situação que te desperta, mas quando você vê sua vida, que aos olhos dos outros é quase perfeita e sem dificuldades, se esvaindo e escapando, perdendo o viço e se tornando tristeza constante em vicio de fuga da realidade, então se dá conta que perdeu algo importante, algo essencial, que se perdeu de si mesmo, esta distante do ouro que antes trazia sentido a sua vida e brilho aos seus olhos, afinal o que é esse ser imortal de que tanto os livros e palestras falam? Como assim, acredito na continuação? Que continuação? Perpetuação da dor, de dificuldades, de problemas, ou é magia que acaba com tudo que um dia aqui me torturava? Que linda poesia, que tema interessante, mas como sigo adiante para fora desse drama em que a vida me tortura, em uma tortura relembrada amarga, uma verdade que tento esconder mas que tem ainda marcas em meu semblante, num sorriso pequeno de quem ainda reaprende a ascender sem alarde, pois em defesa de seu interior aprendeu a calcular agora os passos, sem medo de acertar e não querer retomar essa dor de outrora, vencida pelos argumentos só me resta seguir em frente e tentar, pois amor a gente aprende amando e viver é uma arte, quando mais exercitamos melhor ficará. Ângela
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